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Guerra Híbrida e Movimentos Sociais

Atualizado: 21 de set. de 2021


“Guerra Híbrida, Colonialismo e Movimentos Sociais no Contexto Latino- Americano A live realizada no dia 04 de Março de 2021 pela Turma 2020.1 da Linha de Movimentos Sociais, Práticas Educativo-culturais e Identidades do PPGECI/UFRPE. Resultado de nossas discussões em sala de aula sobre a conjuntura política atual do Brasil e da América Latina, leituras de textos acerca dos movimentos sociais, teorias pós-coloniais e decoloniais, a live contou om a participação de professores convidados e da casa, bem como contou com a representação da aluna Raianne Conceição e participação de todas/os alunas/os do programa. O evento buscou compreender e difundir o conhecimento acerca do conceito guerra híbrida relacionando-o com a realidade sociopolítica atual da América Latina e do Mundo. Por meio do diálogo com o professor Lula Pinto, um dos convidados para debater o tema, debatemos conceitualmente Guerra Híbrida. Aborda ainda sobre a dinâmica da guerra híbrida, considerando como “operação de bandeira falsa”, em exemplo, uma inversão master no Brasil, diz respeito a ideia que o Partido dos Trabalhadores – PT, foi o artífice de uma guerra cultural e política, em que o que é associado ao comunismo ou ao socialismo, é compreendida como uma organização criminosa, e assim, a partir desse ideário e também da Operação Lava Jato, que prometeu a erradicação da corrupção, provocou e articulou a sociedade brasileira contra o PT. Isto é feito, por meio das operações psicológicas, que se caracterizam em ter como alvo, alguns atores sociais (no caso o partido PT) que sofrem por um ataque- abordagem indireta, já que escondem os responsáveis por organizar e propagar as operações psicológicas nos meios de comunicação e redes sociais. O campo de batalha das guerras híbridas,é denominado pelo pesquisador André Korybko, de ascendência Russa, como território informacional, ou seja, um laboratório de desinformações e informações invertidas. Em que as redes sociais exercem a eficiência, pois tem uma dinâmica de comunicação de larga escala e de divulgação massiva de conflitos. Lula Pinto aborda, que estas estratégias utilizadas pelo mercado tecnológico, em utilizar dados e informações pessoais para rastrear e estratificar o perfil das pessoas, bem como, a criação de perfis falsos,que são transmitidas para que convença a tomarem determinadas atitudes. Este ataque cognitivo só é possível pela algoritmização dos dados dos usuários, em que o universo informacional é personalizado e pulverizado, ou seja, tem a ver com o perfil, com que é pesquisado, com as conversas e com os locais que são frequentados, assim, com múltiplos contexto sociais. O mesmo acrescenta, que este processo é também conhecido como colonização-colonialismo de dados, sendo um espelho,invertido e falso da realidade para dominação das ações e atitudes das sociedades. Colonização dos dados, pensamento e do vivido,em que a crescente convergência entre a digitalização e o neoliberal, nos prende. Por isso, Lula Pinto, finaliza a sua fala no início da palestra, nos perguntando “como é possível ir além dessas divergências propagadas pelo neoliberalismo e digitalização?” Dialogando também com Túlio Velho Barreto,outro convidado para debater o tema, nos debruçamos nas guerras híbridas na realidade brasileira. Túlio Barreto conversa com a gente sobre o surgimento do bloco de países emergentes o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que surge com propostas audaciosas do ponto de vista das relações internacionais, como por exemplo, de ter moeda própria, banco próprio e até a circulação de recursos entre esses países. Esse contexto começa a preocupar os interesses de dominação internacional dos Estados Unidos,ao sentirem que a sua unipolaridade está em perigo, e se inicia ações que visam desestabilizar países que possam parecer uma sombra ao poder geopolítico norte americano, ou seja, que tendem a ter paridade geopolítica. Utilizando não mais, das técnicas convencionais de ataque, como as utilizadas no século XIX, já que esta seria uma guerra sem muitas vantagens para EUA, em enfrentar grandes potências como Rússia, ou até mesmo, China e Irã. A Guerra indireta desestabiliza o governo, permite enfrentar o outro, sem o contato direto. Além disso, minimiza gastos, deixa o outro na defensiva, impossibilita uma preparação para represálias e confronto, atraso na defensiva e etc. Assim, a guerra indireta oferece muitas vantagens. Neste sentido, as ações articuladas para a desestabilização desses países, não ocorre a partir do uso comum da guerra física, mas sim a partir das estratégias da guerras híbridas, começando com as revoluções coloridas, instauração de conflitos internos de uma maneira que desestruture e desorganize a vida internado país. Um exemplo próximo na América Latina bem citado e aprofundado pelos convidados, são os acontecimentos no Brasil a partir de junho de 2013.


Fonte: KORYBKO, 2018


Após a exposição dos convidados, ampliamos o debate, ponderando sobre a influência da grande mídia e da indústria cultural na guerra híbrida,bem como os meios de resistência e reexistência dos movimentos sociais nesse contexto atual, pontuando o movimento de mulheres em toda América Latina e os povos tradicionais e suas tecnologias. É importante considerar que lutas, sejam com intencionalidade de mudar a lógica das políticas públicas do país de forma que contemple a população pobre, ou lutas financiadas pelo braço empresarial direitista e reacionário defendendo slogans neoliberais, desde as mobilizações via grupos na internet contribuíram igualmente com uma abertura e consequente intromissão dos EUA pela desestabilização do país, ou seja, Movimento Passe Livre (MPL) ou Movimento Brasil Livre são opostos em intenção mas foram usados da mesma forma para desestabilizar e possibilitar o desenvolvimento do processo de golpe de estado no Brasil.





Referência


KORYBKO, André. Guerra Híbrida das revoluções coloridas aos golpes. São Paulo: Expressão Popular, 2018.


Autores


Henrique Falcão

Jacqueline Martins

Larissa Andrade

Maitê Turetta

Marcelo Guerra

Raiane Conceição

Renatha Karinne




 
 
 

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